Por Maureen Meehan

Snoop Dogg, o rei de todas as coisas da nossa geração, nunca deixa de surpreender. Seu mais recente modus operandi para fumar envolve colocar um baseado totalmente bolado no microondas por 11 segundos, o que, segundo ele, ajuda a “aprisionar todos os ingredientes”.

Vamos olhar para a ciência, que Snoop obviamente fez.

Você já deve ter ouvido a palavra descarboxilação, que em química orgânica significa a remoção de um ou mais grupos de carboxila (uma combinação de dois grupos funcionais ligados a um único átomo de carbono), de uma molécula. Em termos de maconha, isso se refere ao processo de aquecimento da cannabis a uma temperatura específica para ativar os compostos nela. Embora possa parecer algo a ser feito em um laboratório de química ou pelo menos com uma máquina especial de descarboxilação (que existe por sinal), você também pode descarboxilar sua cannabis em casa com os eletrodomésticos da sua cozinha, como o simples microondas.

O que acontece depois? A descarboxilação é uma reação química que faz com que um ácido carboxílico libere dióxido de carbono. O ácido tetrahidrocanabinólico, THCa, é um ácido carboxílico. Durante o processo de descarboxilação, o THCa libera um átomo de carbono e dois átomos de hidrogênio (que formam dióxido de carbono CO2). O processo também converte o ácido canabólico (CBDa) em CBD.

O THCa, o estado natural do THC encontrado na planta, não o deixará chapado porque não pode estimular seus receptores canabinóides. No entanto, quando você aplica calor durante o processo de descarboxilação, a estrutura química do THC muda para Delta 9 THC, possibilitando que esse composto interaja com seu sistema endocanabinóide e o deixe chapado. Então, quando Snoop acende seu cigarro, ele já tem THC psicoativo prontamente disponível, além do THCa que está sendo convertido em THC quando ele dá uma tragada. Isso acaba se traduzindo em uma alta mais intensa.

Por que então o microondas?

O primeiro forno de microondas comercialmente disponível, “Radarange”, desenvolvido em 1947 pela Raytheon, era enorme e custou quase US$ 5 mil. Uma vez que o tamanho e o preço diminuíram, eles se tornaram populares em casas de classe média – dos Estados Unidos – na década de 1970.

Em vez de produzir calor natural como um forno, um microondas tem como alvo as moléculas de água (umidade) na comida ou em qualquer coisa que você coloque no micro-ondas.

Por que não fazemos isso o tempo todo?

Se a descarboxilação é tão eficaz, por que nem todo mundo coloca seu cigarro no microondas por 11 segundos? Na verdade, já estamos descarboxilando nossa erva enquanto a fumamos, criando o calor que ativa o THC, o que acontece quando você sopra, passa ou segura.

Precisamos que a erva seja mais forte do que já é? Isso é uma questão de opinião. Mas, não pergunte a Snoop. Já temos certeza do que ele vai dizer.

Matéria originalmente publicada no site Benzinga e adaptada ao Weederia com autorização