Cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) iniciaram um estudo de grande magnitude para investigar o impacto dos canabinoides no tratamento de Parkinson e Alzheimer. Este estudo envolve 140 pacientes, sendo divididos entre as duas doenças.
O professor Rui Prediger, coordenador da pesquisa na UFSC, destaca a amplitude do estudo, afirmando: “Normalmente os estudos clínicos são feitos com um número pequeno de pacientes. Os realizados até agora com canabinoides e Parkinson e Alzheimer estão na faixa de 15 a 20 pacientes”.
A pesquisa se diferencia por sua duração prolongada de três anos, uma raridade em estudos clínicos com canabinoides. O objetivo é compreender os efeitos a longo prazo destas substâncias. “A outra grande novidade do nosso desenho é essa avaliação de longo prazo… o nosso trabalho vai avaliar esses efeitos dos canabinoides por três anos”, complementa Prediger.
A pesquisa é uma colaboração entre diversos laboratórios e pesquisadores, incluindo a professora Samantha Cristiane Lopes da Unidavi. Além disso, faz parte da tese de doutorado de Ana Carolina Ruver Martins, no Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da UFSC.
Os pacientes estão submetidos a uma metodologia de teste cego, onde nem eles nem os pesquisadores sabem quem recebe o tratamento com canabinoides e quem recebe o placebo. Os sintomas e interações medicamentosas são rigorosamente monitorados.
Os desafios enfrentados na importação dos canabinoides enfatizam a importância do apoio institucional da UFSC para pesquisas inovadoras. “Vale a pena destacar muito o trabalho dedicado do setor de importação aqui da UFSC”, ressalta Prediger.
O estudo ainda está recrutando pacientes com Alzheimer em Foz do Iguaçu. Esta pesquisa coloca o Brasil em destaque no campo da pesquisa médica, abrindo novos caminhos para o tratamento de doenças neurodegenerativas.