Nesta terça-feira a polícia civil do Rio de Janeiro prendeu quatro pessoas acusadas de integrarem um esquema para emissão de falsos laudos para obtenção de habeas corpus para o cultivo de cannabis para fins medicinais. O advogado Patrick Rosa Barreto, o biólogo André Vicente Souza de Freitas e o médico Adolfo Antônio Pires foram detidos. Pérola Katarine de Castro, esposa de Adolfo e responsável pela parte financeira, também foi presa.

De acordo com a polícia, os suspeitos produziam pareceres indicando que os pacientes necessitavam do uso medicinal da cannabis. Mas, o intuito era vender a cannabis para lucrar, sem qualquer respaldo do uso medicinal da planta.

“Para a confecção do laudo, segundo o depoimento das testemunhas, cobraram R$ 5 mil, mais R$ 15 mil para impetração do habeas corpus. Além disso, o médico também dava os insumos necessários ao início do cultivo — sementes, fertilizantes, lâmpadas de LED”, descreveu a delegada Camila Lourenço ao portal G1.

Matéria no portal Globo.com indicou que era oferecido um ‘pacotão’ para conseguir uma plantação de cannabis com: emissão do parecer, entrada no habeas corpus e estrutura de plantio.

“Recebemos denúncias de pessoas que foram presas por tráfico de drogas e que procuraram os serviços do médico Adolfo para contratar a confecção de laudos médicos ideologicamente falsos”, afirmou a delegada Camila.

Todos vão responder por extorsão, associação ao tráfico de drogas e falsidade ideológica.

A operação realizada pela polícia, denominada de ‘Operação Seeds’, é um desdobramento da Operação Poseidon, contra um um esquema que desviava precatórios judiciais com documentos falsos.
Na ocasião, foi encontrado na casa do advogado Patrick Rosa uma ‘quantidade expressiva’ de cannabis, segundo a polícia.

“Naquela ocasião, ele foi autuado pela prática de tráfico de drogas, mas no processo criminal ele apresentou como defesa um laudo médico subscrito pelo Adolfo, alegando usar maconha para fins terapêuticos”, emendou a delegada. “Mas não havia nenhum maquinário empregado para a extração de óleo [de cannabidiol]. Encontramos saquinhos para enrolação e uma balança de precisão”, detalhou.

Segundo a delegada, o grupo também extraía óleo de cannabidiol e vendia nas redes sociais.