Por Joana Scopel

Depois que a Câmara dos Deputados da Colômbia aprovou um projeto de lei para legalizar a cannabis para uso adulto, uma delegação do Congresso dos EUA fez uma visita.

O deputado Earl Blumenauer (D-OR), presidente da Subcomissão de Comércio de Caminhos e Meios, foi um dos parlamentares que fizeram parte da viagem à Colômbia. Também estiveram presentes o deputado Ron Kind (D-WI) e o deputado Brendan Boyle (D-PA).

“A Colômbia vive um momento histórico que tem o poder de transformar a região sul-americana e impactar a economia global”, disse Blumenaur. “Os últimos dias foram uma missão bem-sucedida de apuração de fatos, na qual fomos calorosamente recebidos por trabalhadores colombianos, líderes trabalhistas, ativistas de direitos humanos, funcionários do governo e membros da sociedade civil.”

A delegação do Congresso reuniu-se com a Vice-Presidente da Colômbia, Francia Márquez, e com vários membros do Governo e do Congresso do Presidente Gustavo Petro. Assim, falava-se dos direitos trabalhistas, da proteção do meio ambiente e da redistribuição das terras agrícolas, tudo como um possível motor econômico.

O fim da guerra às drogas?

Após uma conversa com os ministros do Trabalho e Comércio e parando para se reunir com os ministros da Agricultura e do Meio Ambiente, Blumenauer disse: “Este governo tem objetivos importantes e esperamos apoiar seus esforços para tornar realidade uma paz abrangente”.

Quando se trata de drogas, o presidente Petro liderou uma conversa internacional sobre a necessidade de colaboração internacional. Blumenauer, que co-preside o Congressional Cannabis Caucus, aproveitou a oportunidade para compartilhar uma perspectiva americana sobre o assunto.

“O governo Petro está introduzindo o conceito de uma abordagem abrangente para lidar com a guerra às drogas e suas consequências”, disse o congressista ao Marijuana Moment. “Isso teve consequências devastadoras para os produtores pobres e não conseguiu nada”, disse o congressista. Ele também acrescentou que está encorajado pelos esforços da Colômbia para “tentar dar uma virada de 180 graus na política de drogas, longe de uma abordagem de aplicação da lei pesada”.

O parlamentar acrescentou que “há muito” que Estados Unidos e Colômbia podem fazer juntos. “Agora é a hora de focar em políticas que corrijam os erros do passado. Da complicada guerra às drogas ao combate às mudanças climáticas e à proteção da Amazônia, passando pela plena inclusão econômica e social de mulheres, afro-colombianos e comunidades indígenas”, disse Blumenauer.

Olhando para o futuro, Blumeanuer observou que o Chile é um “parceiro-chave para os Estados Unidos” em muitas frentes. “Tanto a Colômbia quanto o Chile estão vivenciando mudanças históricas na direção de seus países, traçando novos caminhos políticos e transformando o continente. Como parceiros comerciais importantes para os Estados Unidos, esta visita oportuna permitirá que representantes do Congresso os visitem em um momento crítico, ao mesmo tempo em que constroem fortes relações de trabalho com seus novos líderes e melhor compreensão das oportunidades de colaboração”, disse Blumenauer.

“Os Estados Unidos e a região sul-americana compartilham proximidade, história e valores. Estamos ansiosos para construir o sucesso de nossos relacionamentos comerciais de uma forma que coloque os trabalhadores em primeiro lugar e abra oportunidades para todos.”

Legalização da cannabis na Colômbia

Blumenauer disse que eles tiveram a chance de falar sobre a legalização da maconha e compartilhar a experiência do Oregon nas últimas décadas. Este foi o primeiro estado a descriminalizar a cannabis em 1973 e depois legalizar a maconha para uso adulto em 2014.

Na semana passada, o projeto de legalização da maconha do deputado Juan Carlos Losada foi aprovado por 105 a 33. Agora, será debatido no Senado e depois enviado à mesa do presidente. O deputado Carlos Ardila também apresentou um projeto de legalização separado, que inclui disposições para distribuir a receita tributária das vendas de maconha a municípios governamentais individuais.

Até agora, o presidente Petro não endossou explicitamente as leis de legalização da cannabis. No entanto, funcionários do gabinete indicam que a reforma da cannabis tem total apoio do governo.

Matéria originalmente publicada no site Benzinga e adaptada ao Weederia com autorização