Por Nicolás José Rodriguez


Um novo estudo da Universidade do Colorado em Boulder (EUA) está oferecendo pagamento para pessoas correrem depois de usar maconha. Os pesquisadores estão recrutando pessoas que rotineiramente “consomem cannabis enquanto se exercitam” para ver como a planta influencia seu treinamento.

“Até o momento, não há estudos em humanos sobre os efeitos da cannabis legal no exercício físico”, disse Laurel Gibson, estudante do Departamento de Psicologia e Neurociência e investigadora principal do estudo.

“É aí que entramos”, explica a especialista em fatores afetivos e motivacionais.

Os participantes do estudo podem ganhar até US$ 100, mas devem morar na área de Boulder, onde a maconha é legal desde 2012, informou a Newsweek.

Correndo chapado no espaço

O estudo, denominado SPACE (Estudo sobre Atividade Física e Efeitos da Cannabis), vai recrutar mais de 50 voluntários adultos para um estudo que inclui três sessões.

Na primeira sessão, os pesquisadores tomam algumas medidas básicas sobre sua condição física e fazem os participantes responderem a um questionário. Eles então recebem a tarefa de ir a um dispensário local e pegar uma cepa de cannabis com CBD ou THC específica.

Em uma visita de acompanhamento, eles voltam ao SPACE sem ter usado maconha, para correr na esteira por 30 minutos. Durante a corrida, eles colocam cinto de segurança na cintura e respondem a perguntas a cada 10 minutos, para avaliar aspectos como a percepção da passagem do tempo, a dureza do treinamento, o que pensam e quanta dor sentem.

Em outra visita, eles fazem o mesmo, depois de usar cannabis.

A lei federal nos EUA proíbe o porte ou distribuição de maconha em campus universitários. Diante disso, os sujeitos consomem maconha em casa antes que um pesquisador os pegue em um laboratório móvel (uma van às vezes chamada de “cannavan”) que os leva ao laboratório.

Ao comparar as sessões, Gibson e seus colegas buscam entender uma contradição intrigante na pesquisa sobre a cannabis.

Desmascarando mitos

“A cannabis é frequentemente associada à diminuição da motivação e preguiça”, disse Gibson.

Ao mesmo tempo, o pesquisador considerou que “estamos vendo um número crescente de relatos anedóticos de pessoas que usam esse recurso o tempo todo, desde golfe e ioga até snowboard e corrida”.

Um estudo anterior da mesma universidade descobriu que 80% dos usuários pesquisados ​​combinavam cannabis com exercícios físicos.

70% disseram que a cannabis aumenta o prazer do exercício. 78% disseram que a cannabis aumenta a recuperação e 52% que os motiva a praticar exercícios.

Curiosamente, outro estudo com adultos mais velhos descobriu que aqueles que usaram maconha se exercitaram mais do que aqueles que não usaram.

“À medida que envelhecemos, os exercícios começam a doer, e essa é uma das razões pelas quais os adultos mais velhos não se exercitam tanto”, disse Angela Bryan, professora de psicologia e neurociência e consultora do estudo SPACE, observando que os canabinoides têm antiinflamatórios e propriedades analgésicas.

Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização