O último dia 19 de julho marcou 5 anos do início das vendas legais de cannabis em farmácias no Uruguai. O país, que foi o primeiro do mundo a adotar tal direção, já vendeu cerca de 10 milhões de dólares em maconha nas farmácias neste período, segundo Daniel Radío, secretário do Conselho Nacional de Drogas.

“Nos 5 anos, as farmácias venderam 10 milhões de dólares em cannabis, se revogarmos a lei vamos dar 10 milhões de dólares em cinco anos aos traficantes, se alguém quiser que revogue a norma, eu faço não”, contou Rádio em entrevista ao Portal Medios Públicos, do Uruguai.

48% dos Uruguaios concordam com a regulamentação

O processo de regulamentação da maconha teve início em 2013, com a descriminalização da erva e o início do processo de vendas, que teve início em 2017. E, de acordo com o último levantamento da consultoria Cifra, 48% dos uruguaios concordam com a lei que regulamenta a venda de maconha, aprovada em 2013, 45% discordam da regra promovida pelo ex-presidente José Mujica e 7% não pensam nisso .

Se compararmos com 2012, houve um grande crescimento na aceitação da maconha. há 10 anos, em 2012, 24% eram favoráveis ​​ao avanço na regulamentação e 66% eram contrários, enquanto 10% não tinham opinião sobre o assunto.

A pesquisa também indica que 13% dos uruguaios experimentaram maconha uma vez e 21% consumiram novamente. O uso de maconha “é mais comum” entre os homens do que entre as mulheres e “muito mais comum entre os menores de 45 anos”.

Em um estudo do Observatório de Drogas do Uruguai (OUD) sobre a estimativa do mercado regulado (dezembro de 2021), conclui-se que o mercado regulado real atinja cerca 39% dos consumidores de cannabis.

O relatório “Monitoramento e avaliação da lei 19.172: principais indicadores do mercado de cannabis no Uruguai” (OUD-dezembro de 2019) mostra uma diminuição significativa no consumo de maconha “prensada” que entre 2014 e 2018 passou de 58,2% para 11,6 %. Isto implica uma forte redução do consumo do principal produto associado ao tradicional mercado ilegal de cannabis.

Maconha na farmácia uruguaia

Existem dois tipos de cannabis à venda em farmácias no Uruguai: Alpha e Beta. Ambas contém uma porcentagem de THC menor ou igual a 9% e de CBD igual ou superior a 3%. O preço de varejo de um pacote de 5 gramas de cannabis é atualmente UYU 390 (US$ 9,33); em julho de 2017 era UYU 187 (US$ 4,47).

A regulamentação uruguaia permite que cada pessoa registrada para comprar em farmácias compre até 10 gramas por semana ou 40 gramas por mês de maconha para uso adulto. O cultivo doméstico também é permitido, assim como os clubes de cultivos. O turista ainda não pode comprar legalmente no país, mas o governo pretende mudar este panorama em breve.

Atualmente o país conta com 49.630 compradores cadastrados e 28 farmácias distribuídas nos departamentos de Artigas, Canelones, Cerro Largo, Colônia, Lavalleja, Maldonado, Montevidéu, Paysandú, Rocha, Salto, San José.

As inscrições para esta via foram habilitadas em maio de 2017. No início da dispensação nas farmácias, em julho de 2017 havia 4.711 compradores cadastrados. Uma semana após o início da venda, o cadastro praticamente dobrou, chegando a 9.163 habilitados. Em junho de 2018 (um ano depois) os compradores cadastrados chegaram a 24.324, segundo informações do governo uruguaio.

Nesses cinco anos, foram dispensados ​​7.773 quilos de maconha e a venda bateu a cifra dos 10 milhões de dólares, segundo Daniel Radio.