Por Nina Zdinjak

À medida que a demanda por CBD cresce, os agricultores procuram maneiras de maximizar seu rendimento. Existe uma maneira de fazer isso? A ciência pode ajudar.

De acordo com um novo estudo publicado na revista Royal Society Open Science, existe uma maneira de cultivar cannabis para obter o máximo rendimento de CBD. Um projeto colaborativo entre a Universidade Khon Kaen, na Tailândia, e a Universidade de York, no Reino Unido, observou a crescente demanda por canabinoides, destacando que o mercado global deverá atingir US$ 9,69 bilhões até 2025.

“O destilado de CBD é vendido por US$ 3.000 por kg, enquanto o isolado de CBD é vendido por US$ 1.000 por kg”, disse o coautor Andrew Hunt, da Universidade Khon Kaen da Tailândia, à Newsweek.

O que torna a maximização do rendimento do CBD mais complicada é a presença do composto THC, que precisa ficar abaixo de certos níveis, pois é ilegal em muitos países.

“Nos EUA, o limite legal de concentração de THC não pode exceder 0,3% em base de peso seco em qualquer parte da planta, sementes ou extratos”, disse Hunt.

Os cientistas começaram a investigar como a composição química do cânhamo muda em diferentes épocas de colheita, maximizando o valor da cultura industrialmente, sem aumentar o nível de THC.

A pesquisa revelou que uma planta de cannabis em crescimento sofre transformações de composição significativas em três classes de compostos diferentes: óleos essenciais, canabinoides e lipídios. Acontece que os óleos essenciais e os canabinoides aumentam no topo das plantas (inflorescências) até a plena floração na terceira colheita, antes de diminuir na maturidade das sementes na colheita final.

“Inicialmente, à medida que o cânhamo cresce, os níveis de canabinoides são baixos até que a planta atinja a floração”, disse Hunt. “O teor de canabinoides diminui até atingir a maturidade das sementes. A maior proporção de canabidiol foi extraída das copas em plena floração, no entanto, um aumento significativo (63%) no tetrahidrocanabinol (THC) psicoativo proibido foi observado nesta fase de colheita em comparação com o estágio de desenvolvimento de brotamento, onde a planta começa a florescer.”

De acordo com a pesquisa, a colheita dos topos após a brotação seria preferível devido ao alto teor de canabidiol e ao baixo THC.

“Embora a maior quantidade de CBD tenha sido encontrada na terceira semana de colheita, a melhor relação CBD:THC foi observada após a segunda colheita, com quantidades de THC sendo significativamente menores do que na terceira colheita – isso tornaria o isolamento e purificação do CBD muito facil.”

O estudo pode ser útil para os agricultores de cannabis que procuram maneiras de aumentar o rendimento do CBD, mantendo baixos níveis de THC, conforme exigido por lei.

Matéria originalmente publicada no site Benzinga e adaptada ao Weederia com autorização