A síndrome de Tourette (ST) é caracterizada pela presença de múltiplos tiques motores e pelo menos um tique vocal, cuja permanência é maior do que um ano. A síndrome afeta os homens três a quatro vezes mais do que as mulheres e os pacientes gravemente afetados geralmente apresentam tiques mais complexos, como imitação de gestos, palavras e frases, ou bloqueio fônico e repetição de palavras e sílabas.
Assim como o autismo, a síndrome de Tourette geralmente surge na infância e os homens são mais propensos do que as mulheres a desenvolver. Muitas vezes é acompanhado por TDAH, transtorno obsessivo compulsivo e uma série de transtornos de comportamento, aprendizado e humor.
As opções de tratamento incluem medicação antipsicótica, o que pode ocasionar efeitos colaterais substanciais, como relata o atleta Tomás Levy nesta matéria publicada pelo Weederia.
Tomás conseguiu encontrar o equilíbrio através da cannabis e, não somente para ele, mas para muitas pessoas que possuem a síndrome de Tourette, remédios à base de cannabis têm sido um grande aliado no tratamento.
Um estudo preliminar, realizado na Alemanha com 12 pacientes adultos com ST, tentou responder à questão do impacto que a cannabis, e especificamente o THC, tem nos tiques causados pela síndrome. Os resultados demonstraram redução significativa nos tiques motores e vocais, utilizando uma escala de autoavaliação.
Segundo a publicação, as dosagens mais altas aplicadas (7,5 e 10mg) tiveram maiores efeitos do que a menor (5mg). Em outro estudo, de 2016, cientistas administraram duas doses diárias de THC a um homem que sofria de Síndrome de Tourette resistente ao tratamento. Após seis semanas, o paciente demonstrou uma melhora significativa nos tiques motores e vocais.
Mas, por qual motivo a cannabis ajuda nos tratamentos de síndrome de Tourette? A resposta está no sistema endocanabinoide e seus receptores. Os canabinóides ajudam a regular a atividade motora que a síndrome de Tourette interrompe. Existem evidências de que o sistema endocanabinoide regula as atividades de outros sistemas transmissores.
Sabe-se que os receptores CB1 são abundantemente encontrados nos gânglios da base, uma parte do cérebro associada ao controle motor cujo mau funcionamento acredita-se que desempenhe um papel central na síndrome de Tourette.
Há, também, fortes evidências de que a síndrome de Tourette envolve disfunção do sistema dopaminérgico (dopamina). E o sistema endocanabinoide, por sua vez, exerce influência significativa na neurotransmissão da dopamina. O SE pode desempenhar um papel na supressão da sinalização hiperativa da dopamina em partes do cérebro associadas à falta de controle do movimento que resulta nos tiques de Tourette.
E há mais um elemento. A síndrome de Tourette pode envolver disfunção de outros neurotransmissores no cérebro, como glutamato e GABA e estudos demonstraram que esses neurotransmissores também são influenciados pelo sistema endocanabinoide.
Justamente por esta afinidade com os receptores CB1, o THC possui uma função importante no tratamento.
Assim como inúmeros tratamentos ligados à cannabis, ainda são necessários mais tratamentos. Mas, relatos de pacientes e pesquisas indicam que a cannabis pode ser um agente no tratamento da síndrome de Tourette, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao paciente. Como no caso do atleta Tomás Levy.
Mas, lembre-se, antes de iniciar qualquer tratamento, converse sempre com o seu médico. Todas as questões devem ser trabalhadas com ele para, assim, encontrar o melhor para cada caso.
Conheça a Dra. Amanda Medeiros
Dra. Amanda Medeiros Dias (Crm 39.234 PR) é médica com pós-graduação em pediatria e nutrologia pediátrica e, atualmente, está cursando Psiquiatria Infantil pelo CBI Miami. Possui Certificação Internacional Green Flower de Medicina Endocanabinoide.
Com experiência na prática clínica com crianças e adultos, visão integrativa olhando o paciente como um todo, possui experiência prática mesclando medicina com aromaterapia e cromoterapia, com foco na visão holística.
Além de prescritora, é paciente de cannabis medicinal desde 2018. Também é diretora técnica no Instituto Coração Valente e médica voluntária em projetos da UNA (Unidos pela Amazônia).
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