Uma pesquisa recente conduzida pela New Frontier Data revelou uma mudança significativa nos padrões de compra de maconha nos estados onde é legalizada. De acordo com os dados do levantamento, mais de 50% dos consumidores de maconha nesses estados preferem adquirir seus produtos em lojas físicas, enquanto apenas 6% ainda recorrem a traficantes tradicionais.

A pesquisa apontou que, em relação a todos os consumidores atuais, 43% afirmam que as lojas físicas de maconha são sua principal fonte de abastecimento, um aumento em relação aos 34% registrados em 2022. Em contrapartida, apenas 10% dos consumidores atuais afirmam que ainda dependem de traficantes, uma queda em relação aos 13% no ano anterior.

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Uma descoberta interessante foi que mesmo em mercados ilícitos, onde a maconha ainda é ilegal, 29% dos consumidores entrevistados disseram que sua principal fonte de maconha também são as lojas físicas, enquanto 17% continuam usando traficantes. Isso indica que mesmo em mercados ilegais, os consumidores estão dispostos a atravessar fronteiras estaduais para obter produtos de fontes regulamentadas. Surpreendentemente, 42% dos consumidores afirmaram ter adquirido maconha fora do estado em algum momento.

“De muitas maneiras e em muitos lugares, a maconha se tornou mais uma tarefa a ser realizada a caminho de casa após o trabalho”, observou a Dra. Amanda Reiman, diretora de conhecimento da New Frontier Data. “Não é apenas o fornecimento de maconha que está começando a se assemelhar ao comércio tradicional, as razões que os consumidores citam para escolher uma fonte em particular também estão se tornando mais mainstream. As principais razões que os consumidores dão para escolher uma loja física em particular são qualidade do produto, seleção de produtos, preço, equipe qualificada e localização conveniente. Essas são as principais razões pelas quais as pessoas escolhem supermercados (localização, preço, seleção de produtos, qualidade do produto e equipe amigável e qualificada)”, escreveu Reiman.

Outro ponto relevante levantado pela pesquisa foi a tendência de fidelidade dos consumidores a uma determinada loja física. Cerca de 58% dos entrevistados citaram a familiaridade como o principal motivo para retornar à mesma loja repetidamente. Esse comportamento, segundo Reiman, pode ser atribuído ao período de proibição da maconha, no qual os consumidores se acostumaram a seguir regras estritas para adquirir a substância. Mesmo após a legalização, muitos consumidores ainda podem sentir uma sensação de desconforto e a necessidade de seguir protocolos específicos ao comprar maconha legalmente.

No entanto, Reiman acredita que à medida que o mercado legal de maconha amadurecer, a familiaridade se tornará menos importante e outros fatores, como localização conveniente, equipe qualificada e variedade de produtos, terão maior influência na escolha dos consumidores.

O cenário futuro indica um aumento contínuo do número de consumidores que compram maconha em lojas físicas à medida que novos mercados legais surgem. Além disso, até mesmo consumidores em mercados ilegais terão um acesso ampliado a lojas legais. Assim como em outros setores do comércio, a localização das lojas, a seleção de produtos e a qualidade do atendimento serão fatores determinantes para o sucesso dos estabelecimentos de venda de maconha, à medida que os consumidores se acostumam à nova realidade de comprar maconha como um produto embalado para consumo.