Por Nina Zdinjak
A Community Anti-Drug Coalitions of America (CADCA), que está lutando contra a legalização federal – nos Estados Unidos – da cannabis, removeu recentemente uma página de seu site listando seus parceiros. Isso aconteceu em resposta a um tweet que divulgou o conteúdo da referida página, revelando a hipocrisia de várias empresas supostamente pró-cannabis.
Anteriormente, a organização nomeou cerca de 50 parceiros corporativos, incluindo grandes nomes farmacêuticos como Pfizer Inc. PFE 1,09%, a NFL e Krispy Kreme. Embora esses nomes não apareçam na campanha online contra a legalização do CADCA, várias empresas já vinham sendo criticadas por apoiar a organização. Pode ser por isso que a página e os nomes foram removidos, informou o Marijuana Moment.
O CADCA está pedindo às pessoas que entrem em contato com seus senadores e compartilhem sua oposição ao projeto de descriminalização da maconha recentemente introduzido, o Cannabis Administration and Opportunity Act (CAOA). O projeto descriminalizaria e desclassificaria a cannabis em nível federal e promoveria a equidade social. Também foi patrocinado pelo líder da maioria no Senado Chuck Schumer e pelos senadores Ron Wyden e Cory Booker.
“É bastante revelador que eles estão derrubando a página de parceiros corporativos em resposta a um tweet informativo que apenas menciona quem eles são e o que estão fazendo”, escreveu o autor do tweet Peter Grinspoon, especialista em cannabis e médico de cuidados primários no Mass General, destacou o site Marijuana Momment.
“Por que eles fariam isso se não sabiam que estavam do lado errado da história?”, disse ele. “Por que eles fariam algo de que aparentemente se envergonham, a ponto de curar sua mensagem pública removendo parceiros corporativos?”
Finalmente, a hipocrisia
Vários dias após este post, Grinspoon twittou um post mais visual, destacando a hipocrisia entre as empresas.
Grinspoon apontou a hipocrisia da Purdue Pharma, dizendo que a empresa matou milhões. Ele também atacou a Pfizer e a Indivior, que estão envolvidas no desenvolvimento de canabinoides. Ele também sugeriu que eles gostariam de manter a planta ilegal para que todos tenham que comprar deles.
Em dezembro passado, a Pfizer anunciou sua entrada no espaço da cannabis por meio de uma aquisição de US$ 6,7 bilhões da Arena Pharmaceuticals, Inc., com sede em San Diego, uma empresa de biotecnologia com um segmento de seu portfólio de medicamentos dedicado a terapias com canabinóides. O núcleo de suas operações de biotecnologia relacionadas à cannabis é a P&D de sua droga experimental Olorinab (APD371). É um agonista do receptor canabinóide 2 oral completo que está sendo investigado para o tratamento de vários sintomas, principalmente focados em dores viscerais relacionadas a doenças gastrointestinais.
Pode-se argumentar que a Pfizer não está envolvida no aspecto tocante da planta da maconha, mas na busca por drogas que visam os receptores canabinoides. Mas o argumento apóia a sugestão de que a gigante farmacêutica também gostaria de dominar esse campo, já que a cannabis tem muitos compostos que afetam nossos receptores canabinóides. E a planta vem da natureza.
Outro exemplo de hipocrisia é o da NFL, que ganhou as manchetes por mudar suas políticas de teste de drogas de cannabis e apoiar pesquisas sobre os benefícios médicos da maconha.
Matéria originalmente publicada no site Benzinga e adaptada ao Weederia com autorização