Por Joana Scopel

Sabemos que a maconha é uma planta com muitos compostos que influenciam nossa saúde de diversas formas. A pesquisa sobre a cannabis é vital para determinar os prós e os contras de seu uso.

“Quanto à mensagem de saúde pública, ela mostra que provavelmente há algum dano do uso de cannabis que não foi reconhecido antes, e as pessoas devem levar isso em consideração”, assim disse o Dr. Ishan Paranjpe, médico da Universidade de Stanford e principal autor de um novo estudo sugerindo que o uso diário de cannabis pode aumentar o risco de desenvolver doenças cardíacas, informou a Bloomberg.

Sobre o estudo

Para o estudo, os pesquisadores extraíram dados sobre pessoas que participaram do Programa de Pesquisa All of Us.

Os participantes do estudo, segundo informou a CNN Health, preencheram uma pesquisa sobre o uso de cannabis. Ao coletar essas informações, os pesquisadores levaram em consideração cinco categorias: usuários diários (4.736 pessoas), semanais (2.720), mensais (2.075), aqueles que usaram uma ou duas vezes em três meses (8.749) e não usuários (39.678 pessoas).

O estudo usou randomização mendeliana (RM) para determinar o risco. Tal método mede variações genéticas conhecidas por estarem associadas a um fator de risco modificável para determinar a influência causal do fator de risco.

“Embora outras pesquisas também tenham vinculado a cannabis à doença arterial coronariana (DAC), existem vários fatores de confusão em potencial que podem explicar essa relação. Nossa análise de RM sugere que essa relação pode ser diretamente causal”, disse Paranjpe.

Os resultados do estudo

De acordo com o estudo, usuários diários de maconha têm 34% mais chances de sofrer de DAC (a forma mais comum de doença cardíaca), em comparação com aqueles que nunca usaram maconha.

No entanto, o uso mensal de cannabis, em vez de diário, não aumentou significativamente o risco, observaram os pesquisadores. Eles também levaram em consideração outras causas potenciais de complicações cardíacas, como o uso de tabaco e álcool.

Um estudo semelhante, conduzido pelo Gentofte University Hospital, Dinamarca, e apresentado no Congresso da ESC de 2022, revelou uma correlação entre o uso de maconha medicinal e distúrbios do ritmo cardíaco.

Conforme relatado pela Sociedade Europeia de Cardiologia, eles descobriram que “os usuários de cannabis medicinal têm um risco 74% maior de distúrbios do ritmo cardíaco em comparação com os não usuários”, disse a autora do estudo, Dra. Nina Nouhravesh.


Matéria originalmente publicada no site Benzinga e adaptada ao Weederia com autorização