O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, anunciou um estudo com 110 participantes (o recrutamento ainda está aberto) para analisar os efeitos do tratamento da enxaqueca crônica com medicamentos à base de cannabis. A pesquisa será realizada ao longo do ano de 2023.

Os participantes serão acompanhados ao longo de 16 semanas, sendo as quatro primeiras dedicadas a observar as características das dores de cabeça. O estudo pretende comprovar a eficácia e a dosagem do fármaco e a ideia é que o medicamento possa ser utilizado como um auxiliar aos medicamentos comuns aos cuidados com a enxaqueca. 

O medicamento será composto por canabidiol (CBD), canabigerol (CBG) e tetraidrocanabinol (THC) durante 12 semanas como terapia adjuvante. Os participantes deverão estar fazendo uso de outros remédios para enxaqueca crônica no início do estudo.

“O medicamento age nos receptores canabinoides (parte do nosso organismo) que ajudam a modular a dor, entre outros receptores”, explica Alexandre Kaup, neurologista do Einstein e líder do estudo.

O estudo pretende observar a redução da frequência de dias de dor de cabeça, duração e intensidade dos ataques de enxaqueca e quantidade de analgésicos usados, além de sintomas depressivos e ansiosos e sonolência.

“O paciente tomará o medicamento, ou placebo, ao longo de doze semanas. Vamos observar se quem receber a substância ativa se sairá melhor. Estamos monitorando sono, sintomas ansiosos e depressivos, a quantidade de analgésico que esses pacientes usam e a características de cada crise, se diminuíram. Vamos avaliar isso para cada pessoa individualmente ao longo de todos os dias”, complementou.

Os voluntários do estudo devem ter entre 25 e 65 anos de idade, estar em tratamento preventivo para enxaqueca por pelo menos dois meses, não ter usado produtos de cannabis nos últimos 30 dias e não ser portador de doença hepática ativa.
Os interessados em participar da pesquisa devem entrar em contato através do e-mail fernanda.assir@einstein.br ou pelo telefone (11) 2151-0724.