Por Nina Zdinjak

Embora a maconha seja frequentemente recomendada para ajudar a tratar distúrbios do sono, ansiedade e algumas formas de epilepsia, uma nova revisão publicada na Nature and Science of Sleep confirma que mais pesquisas são necessárias.

A revisão, que analisou estudos do PubMed, Web of Science, Google Scholar e Scopus, no entanto, encontrou resultados promissores, informou o The American Journal of Managed Care.

O estudo examinou pesquisas clínicas usando dados pré-clínicos de pesquisas sobre narcolepsia, apneia obstrutiva do sono (AOS) e hipersonia idiopática.

O que sabemos até agora?

Os resultados são mistos e em vários parâmetros. Por exemplo, o efeito do CBD na qualidade do sono varia, com um dos estudos mais recentes conduzidos por Linares, et al, não revelando impacto relevante em qualquer medida da quantidade ou arquitetura do sono.

De acordo com a revisão, não houve estudos indicando uma melhora no tempo necessário para adormecer (latência do início do sono ou SOL) após o consumo de THC, embora um tenha revelado uma redução no tempo de vigília após o início do sono (WASO).

E quanto ao THC e à insônia?

Essa relação foi examinada em vários estudos, com um revelando uma diminuição no SOL em 43 a 62 minutos após o consumo de THC, em comparação com um placebo. Por outro lado, o THC não teve impacto no número de despertares ou no tempo gasto acordado. Também observou que os efeitos adversos se desenvolveram com mais frequência com doses mais altas.

Alguns estudos também revelaram melhora nos sintomas relacionados à insônia com a ajuda de nabilona (THC sintético), enquanto nenhum dado foi oferecido sobre o CBD sendo útil com esse distúrbio do sono.

“A Academia Americana de Medicina do Sono atualmente desaconselha o uso rotineiro de cannabis medicinal e/ou seus análogos sintéticos para o tratamento da AOS com base nas evidências limitadas relacionadas à eficácia e segurança”, enfatizou a revisão.

Além disso, ofereceu resultados promissores sobre o dronabinol (uma forma artificial de THC) e seu efeito no índice de apneia-hipopneia (IAH). Também mencionou um estudo que revelou que a nabilona tem efeitos benéficos nas queixas de pesadelo relacionadas ao transtorno de estresse pós-traumático.

É importante notar que a revisão se concentrou apenas em pesquisas em que o sono ou distúrbios do sono eram o foco, mas o sono também pode ser melhorado por canabinoides usados ​​​​para dor. Os autores observaram que esse grupo de pacientes deve ser avaliado no futuro.

A conclusão?

Os autores concluíram que “atualmente, não há evidências suficientes para apoiar o uso clínico de qualquer canabinoide como um tratamento de rotina seguro e eficaz para qualquer distúrbio do sono. No entanto, resultados encorajadores de estudos recentes em relação a alguns distúrbios indicam que a busca de elucidar o papel potencial dos canabinóides no tratamento de distúrbios do sono é garantida”.

A conclusão está de acordo com estudos recentes que revelaram a relação não tão benéfica entre cannabis e sono, como um que mostrou que o uso recente de maconha está ligado a extremos nos padrões e duração do sono noturno.

Portanto, a conclusão reafirmada – mais pesquisas são vitais.


Matéria originalmente publicada no site Benzinga e adaptada ao Weederia com autorização